Quando perguntam por que não acredito em Deus, digo que é por acreditar na liberdade do ser humano. Assim mesmo, como filosofia engasgada em utopia.” Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo”…
Que seja Wonderland. Seria, ao menos, guiada por instintos. Isso mesmo, instinto: ferramenta que executa nossas ações particulares, naturais. Se de mim o tiram, o que resta da essência? Resta uma moldura esculpida com o que clamam serem princípios morais, fazendo-me acreditar que não o seria sem “twiitar” dogmas ou que seria incapaz de contemplar a beleza do mundo.
Os sigo me prendo me perco me acho me liberto me prendem me perco os sigo.
Nesse momento, é inevitável não recordar do Federico, um primo argentino bem peculiar. Ele, na vulnerabilidade de uns chopes, confessou: “se essa merda de Céu e Inferno realmente existir, eu não quero ir para o céu. Que que eu vou fzer lá? Conversar o dia inteiro com Maria Madalena e Jesus? Eu quero mais é ir pro Inferno, com as festas, as putas e as bebidas!”
Mas de nada adianta essa ironia, caro primo. Você há de acreditar na sua conversão ao pó, mas eles refutam suas crenças convensíveis e temos que conviver com a possibilidade remota de sua existência. Contudo, não importa. Se nada existir, viramos nada. Se for reencarnação, não viramos nós. Se for Paraíso, não continuamos nós por inteiro. E quero continuar sendo Carolina Assis para sempre. Então, se todo o meu pessimisto ateu, se Deus quiser, der errado, de certa forma me conformo, já que os instintos estão condenados ao Inferno. E lá as pessoas se parecem mais comigo.
“a ideia da morte a enrolar-me as tripas e a certeza que Deus não somente não se rala comigo como não dá um tostão furado por mim, me esqueceu e ainda bem que esqueceu visto que fico à vontade sem me perder em explicações.” (Lobo Antunes)
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